Monforte de Lemos

Lugo, Galiza, Espanha

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Do Paleolítico aos Romanos



A história de Monforte de Lemos remonta ao Paleolítico, e seus primeiros habitantes conhecidos foram os Oestrimnios; na chamada era ´´castrexa´´ ou cultura dos castros, típica das tribos celtas; A tribo que povoava Monforte era conhecida como tribo Lemavos, e as primeiras referências escritas a ela datam dos historiadores romanos Plinio e Estrabón, entre os anos 600 e 900 AC. A palavra ´´lemos´´, que também dá nome à região, conhecida como `Terra de Lemos´, seria uma voz de origem celta que significa ´´ terra úmida, terra fértil´´ e parece conectar-se com a raiz da palavra Galego ´´lama´´, em espanhol, ´´limo´´; Acredita-se que durante os tempos pré-históricos, Monforte, hoje um vale, era uma grande lagoa, e a evidência disso é encontrada na dura argila vermelha que se encontra ao cavar alguns metros no solo da cidade. Da mesma forma, o seu rio, o Cabe, (´´chalibes´´), já era conhecido pelas suas propriedades ferruginosas, e muito apreciado no tratamento das espadas dos guerreiros celtas, que vinham de todos os cantos para se consolar com as suas excelentes propriedades. . O povoamento dos Lemavos foi Castro Dactonio, (Dactonium), cuja real localização há muito é contestada, embora as primeiras fontes medievais apontem para a sua provável localização em San Vicente del Pino, núcleo populacional que deu origem ao atual Monforte; ´´Dactonium, quod dicitur pinus´´, (Dactonio, que eles chamam do pinheiro), diz um dos documentos que apoiam esta versão; a teoria foi recentemente reforçada pela descoberta de vestígios de casas castreñas na encosta da montanha.



Dos romanos, cujo vestígio ficou evidente na cidade, vem a palavra ´´Monforte´´, do latim ´´Mons-Fortis´´. Sucessivamente, os suevos e os visigodos deixaram suas próprias marcas; na época da Suábia as terras de Lemos pertenciam em grande parte ao Concelho Pallarense (relacionado com a localidade de Pallares na freguesia de Baamorto) ´´. Como vestígio desta época, conserva-se um exuberante broche visigótico, encontrado na freguesia de Monfortine, e conservado no museu provincial de Lugo.



A população judia também era muito importante na cidade, contando com um bairro judeu, no qual, até a Expulsão dos judeus da Espanha, atacada na Idade Média pelos Reis Católicos, residiam importantes famílias desta etnia; Entre eles, destacam-se os Gaibor, família cuja casa medieval se conserva, bem como farta documentação; assim, o sobrenome ´´Lemos´´ está relacionado a descendentes de judeus Montfort.

Da Idade Média ao Iluminismo



Mas são a Idade Média juntamente com o Iluminismo, dois dos períodos mais relevantes da história de Monforte; a comunidade beneditina está instalada no Mosteiro de San Vicente del Pino, atualmente Parador de Turismo. A data exata é impossível de precisar porque os documentos que a comprovam arderam durante o século XIX num incêndio espectacular, que destruiu também valiosas tapeçarias e grande parte do palácio que flanqueia o mosteiro, do qual apenas uma parte se conserva. No interior do mosteiro, encontra-se o túmulo de um abade popularmente associado à lenda da Coroa de Fogo, profundamente enraizado na cidade, e trazido para a literatura em inúmeras ocasiões, e que tem a sua origem na existência de um corredor subterrâneo que comunicava o palácio e a igreja. Durante a época medieval, numerosos mosteiros foram construídos na região, especialmente nas margens dos rios Minho e Sil, na área conhecida como Ribeira Sacra, e da qual Monforte é a capital.



A torre de menagem e o muro foram demolidos durante a Revolta Irmandiña, que confrontou o povoado com a nobreza; Os responsáveis, uma vez sufocada a rebelião, foram forçados a reconstruir o que havia sido destruído. O Conde de Lemos se absteve de executar os rebeldes, punindo-os, em vez disso, para reconstruir suas fortalezas em ruínas.



Duas das maiores personalidades da história da cidade são o cardeal Rodrigo de Castro e Pedro Fernández de Castro y Andrade, sétimo conde de Lemos. O primeiro é conhecido como um grande benfeitor da cidade, e deve ao Colegio de Nuestra Señora de La Antigua, em estilo herreriano, um dos grandes tesouros monumentais da Galiza; conhecido como ´´o Escorial galego´´; seu local adquiriu o nome de ´´A Empresa´´; e a Companhia não é outra senão a de Jesus, à qual o Cardeal confiou esta fundação. Arquitectos jesuítas desenharam o edifício e professores jesuítas dirigiram a escola até 1767. Na espectacular igreja de Nossa Senhora de La Antigua conserva-se, entre outras peças, um enorme e admirado retábulo esculpido pelo grande mestre galego Francisco de Moure; Nele, é curioso ver um espaço em branco, presidindo o conjunto, que deveria conter a bandeira da Companhia de Jesus, apagada após sua expulsão da Espanha. A escola, que possui uma importante galeria onde se destacam vários Grecos, é gerida desde então pelos Padres Piaristas.



Quanto a Pedro Fernández de Castro y Andrade, VII Conde de Lemos, convém referir que foi um fervoroso promotor da cultura; O patrono de Cervantes, Góngora, Lope de Vega, os irmãos Argensola e Quevedo, foi por estes definido como a ´´honra do nosso tempo´´ e a segunda parte de Dom Quixote é dedicada a ele. Exerceu ainda, entre 1603 e 1618, os cargos de Presidente do Conselho das Índias, Vice-rei de Nápoles e Presidente do Conselho Supremo da Itália; Ele e sua esposa, Catalina de la Cerda y Sandoval, são os responsáveis ​​pela fundação de importantes conventos como San Jacinto e Santa Clara, esta última com um dos mais importantes museus de arte sacra da Espanha.



É também lembrado o papel do Conde de Lemos nas lutas pelo poder entre a nobreza galega e a Monarquia, numa época que se caracterizava por constantes atritos.

Ocupação napoleônica



Em 20 de abril de 1809, ocorreu a Batalha de Monforte de Lemos, após a qual as tropas foram mortas cerca de 1.500 pessoas de Monforte em retaliação ao levante da população civil.



Na batalha, cerca de 400 civis enfrentaram 6.000 soldados do 6º Exército francês, comandados pelo marechal Ney. Sem qualquer apoio, eles usavam troncos ocos de árvores como canhões. Após disparar 39 tiros de canhão, todas as peças de artilharia improvisadas explodiram, matando muitos guerrilheiros. O resultado foi a aniquilação total da milícia galega de Monforte de Lemos. O general Martinengo, enviado para comandar a revolta, ligou, mas aparentemente fugiu sem lutar.







Comunidade Autônoma Galega

Província de Lugo

Distrito judicial: Monforte de Lemos

Extensão: 202 km2





Geografia

O município de Monforte situa-se nas planícies e depressões do centro-leste da Galiza. O seu quadro físico é definido por uma unidade fundamental: a depressão de Lemos que se estende por Bóveda, O Saviñao, Pantón, Sober, Pobra do Brollón e Ribas de Sil. Essas terras constituem a chamada região do Vale de Lemos.

A sua altitude é de 363 metros acima do nível do mar e é regada pela bacia do rio Cabe. O seu clima está enquadrado no domínio oceânico-continental, caracterizado por uma temperatura média anual moderada, baixa pluviosidade e uma considerável oscilação térmica. A estação mais chuvosa é o outono e os verões são secos e quentes. Geadas e nevoeiros são muito frequentes no inverno no vale.



População

Com a chegada da ferrovia no final do século XIX, houve um crescimento progressivo até 1950. A partir desta data, ocorre uma diminuição da curva populacional.

O último registro nos dá uma cifra de 19.817 habitantes, dos quais 9.449 são homens e 10.368 mulheres, com uma densidade populacional de 99,09 habitantes por Km2. É a segunda cidade em número de habitantes da província de Lugo atrás da capital.



Comunicações

Monforte, como um cruzamento rodoviário histórico, está bem comunicada com os principais centros urbanos da Galiza, tanto por via rodoviária como ferroviária. Tem uma estação ferroviária e um terminal rodoviário.

A cidade, de comboio, está ligada aos eixos regionais Ferrol-Coruña e Ourense-Vigo. Via rodoviária, o distrito 533 liga a capital Lemos com Lalín e Santiago. A regional 546 liga-o com a capital Lugo, onde faz a ligação com a N-VI com destino a A Coruña. Ourense e Vigo comunicam com Monforte através da N-120 de Logroño a Vigo, via de acesso ao planalto castelhano e, através das linhas ferroviárias com serviços regulares, a Madrid e Barcelona.





ARTE

Mosteiro Beneditino de São Vicente do Pino Fortaleza Medieval Cidade

Convento Pazo Condal de Santa Clara

Colégio Nossa Senhora do Antigo Convento de São Jacinto

Ponte Velha Pazo Molionos de Antero

Ermida de San Lázaro

ROTAS DE INTERESSE

Pazo de Tor

Rota da Ribeira Sacra de Pantón-Savinao

Rota da Ribeira Sacra de Sober

Rota da natureza

FESTAS



San Brais, é comemorado em 3 de fevereiro e tem grandes raízes populares. O povo de Monforte sobe à igreja de São Vicente para abençoar fios e fitas contra dor de garganta.



O Carnaval, em relação ao Carnaval, em Monforte é festejado quinta-feira por compadres e comadres que gozam de ampla participação, bem como um desfile de comparsas organizado pela Câmara Municipal.



Feira Medieval, coincidindo com o Sábado de Glória, organiza-se uma feira medieval que se situa na zona monumental da zona velha de Monforte.



Festival do Cogumelo (exposição)

Festival do Cogumelo (exposição)

Terça-feira de Páscoa, feriado local, a Corporação renova seus votos à Virgem de Montserrat.



Os Maios, da Delegação de Cultura da Câmara Municipal de Monforte, realiza uma série de atividades relacionadas com a tradição ancestral da festa de Los Mayos.



Festas dos barrios, por iniciativa popular, existem vários bairros de Monforte que anualmente celebram as suas festas: San Lázaro, San Antonio, Fiestas del Carmen, San José, ...



As Festas Patronais, no mês de agosto e sendo o principal dia 15, são inúmeras as atividades que atraem muitos visitantes nestas datas.



San Mateo, romaria popular organizada pela paróquia de A Parte no dia 21 de setembro.
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